A cultivo e consumo da mandioca
Segundo o folclore dos índios Tuxaua, dizem que há muito tempo atrás, a filha de um poderoso líder foi expulsa da sua tribo pois havia engravidado misteriosamente. A história conta que nem ela mesma sabia quem era o pai da criança, e por conta disso foi exilada em uma cabana bem longe da aldeia. Para ajudá-la, alguns parentes lhe levavam comida diariamente, e após passaram vários meses chegou então ao momento do parto da criança. Nasceu uma menina muito bonita e branca que foi chamada de Mani, a notícia sobre a beleza e a cor da criança se espalhou até a aldeia, e chamou atenção do chefe e avô de Mani que viajou até onde ela e sua mãe estavam.
A criança era realmente especial, e seu avô logo se esqueceu das mágoas que criou contra sua filha. A criança cresceu amada por todos inclusive por seu avô, mas quando completou três anos veio a falecer misteriosamente, sem mostrar nenhum sintoma de que estava doente morrendo de uma hora pra outra. A mãe, desesperada mas sem poder fazer nada pode apenas enterrar a filha perto da cabana, onde chorou por muito tempo. De repente no local onde caiam suas lágrimas, a mãe viu brotar uma planta da terra ainda molhada por seu choro, como se fosse um milagre. As raízes da planta eram branquinhas assim como a pele de Mani, e seu formato pareciam-se com chifres e daí surgiu o nome do tubérculo que conhecemos hoje (“Mani” que era o nome da criança, e “aca” que significa chifre), curiosos todos os índios da tribo queriam se alimentar da raiz que parecia ser mágica, e assim a mandioca se tornou o principal alimento dos indígenas da Amazônia.
Na história do Brasil, entre os séculos XVI e XIX a alimentação do brasileiro de forma geral, mas principalmente nas regiões que possuem maior influência indígena, foi sustentada basicamente na cultura e no consumo da mandioca e da cana-de açúcar (em todas as diferentes maneiras de preparo). Sem a necessidade de solos muito férteis e de técnicas complicadas para a cultura, manipulação e transformação da mandioca fez com que seu uso se espalhasse pelo país incorporando de modo permanente esse vegetal ao regime alimentar brasileiro.
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